Arvores KAKURI

Um milhão de árvores é obra de muito engenho. Não tanto quanto o Continente africano precisaria, mas o suficiente que nós, em princípio de desflorestação, precisaremos.

Nesta coisa de política há sempre que encontrar culpados. É como nos óbitos há sempre quem queira saber quem, feitiçando, matou o falecido.

Aqui, o culpado é o povo que faz queimadas, antes dos plantios e carvão para ter algum dinheiro para ir à loja ou comprar um farrapo para vestir, ou para pagar ao professor que lhe ensine o miúdo a ler, dado o ensino gratuito, parece ter emigrado.

Alguém ouviu falar dos dirigentes que se glorificaram com os ganhos de não sei quantos milhões com a venda de madeira?

Alguém acusou os madeireiros que partem num só dia, mais de um século de árvores?

Alguém ouviu recriminar os motoristas que transportam aos trezentos anos de troncos preciosos que vendemos ao estrangeiro, que, entretanto, cuida com desvelo das suas florestas?

Alguém ouviu falar em fazer contas?

Senhor Ministro é só saber a tabuada:

- “1 Milhão de mudas importadas” que custaram “Xis Milhões”, a somar a “Xis Mulheres “que as irão plantar durante “Xis Dias”; calculando também as trabalhadoras necessárias para, durante “quatro ou cinco anos” as tratar para que vinguem e não morram...

Pergunta inocente de um tipo idiota:

Senhor Ministro: não nos ficaria mais barato proibir o corte das árvores, do que inventar essa coisa, que ninguém cumpre a regra de “corte uma arvore, mas plante outra…”

Eles plantam? E aonde ficam os juros de mora pelos trinta anos que elas levam a crescer? E os trezentos para que elas fiquem à medida dos madeireiros do futuro?

O Senhor pensa ficar no seu Ministério esse tempo todo à espera até que elas crescem?

Que sombra refrescará os nossos pentaranetos? Iremos a Lisboa, a Londres ou a Paris que na altura já terão ar condicionado nas grandes avenidas; Ou melhor ainda, compramos um telemóvel com refrigeração tutti corpi, que, como saberá, Arvores KAKURI.